14 de JULHO de 2023
A tecnologia do deepfake tem despertado interesse no mercado digital e na publicidade de massa, e embora ofereça oportunidades de comunicação criativa e estratégica, também traz consigo o perigo de misturar realidade e ficção. A evolução dessa tecnologia tem resultado em um mundo onde múltiplas versões de um mesmo fato podem ser criadas, o que desafia a ideia de verdade.
O deepfake é a aplicação de técnicas de learning machine, como o deep learning, para tentar modificar imagens, vídeos, textos e sons, tentando dar naturalidade a eles. O deep learning é baseado em redes neurais artificiais com múltiplas camadas, permitindo que os computadores “aprendam” a partir de grandes volumes de dados, identificando padrões complexos e extraindo características relevantes. Essa abordagem é especialmente eficaz no processamento de dados não estruturados.
O deep learning tem sido aplicado em diversas áreas, que vão desde vão desde mídias sociais, para a análise de dados; a área financeira, com a geração de cenários de previsão de ações e estratégias comerciais; assistência médica, com a análise de comportamentos para a prevenção de doenças e personalização de tratamentos; a cibersegurança, para a detecção avançada de ameaçasse reconhecimento de atividades suspeitas; os assistentes digitais, com a personalização de respostas ao usuário. Com o seu poder de processamento e capacidade de aprendizado contínuo, o deep learning está impulsionando a inovação e abrindo novas possibilidades em inteligência artificial.
No lado positivo, essas tecnologias permitem otimizar processos, prever tendências de comportamento, facilitar ações cotidianas e operacionais, podendo ser inseridas em praticamente todos as áreas de atividade humana. Exemplos recentes incluem a área da comunicação, onde as marcas têm captado a atenção de seus usuários por meio de conteúdos manipulados digitalmente. Foi o que fez a grife francesa Jacquemus, que reinventou suas bolsas Le Bambino como veículos em tamanho real passando pela Opéra Garnier em Paris (usando o video creator Ian Padgham, que é conhecido pelos vídeos absurdos que unem ambientes reais com situações inusitadas), e a Volkswagen do Brasil, que utilizou mídia sintética da cantora Elis Regina em seu comercial de comemoração dos 70 anos da marca.
No entanto, a disseminação do deepfake também traz consigo preocupações éticas e legais. A tecnologia dificulta a verificação da autenticidade de vídeos e imagens, tornando-se um desafio para as pessoas em geral. A falta de regulamentação específica para esse tipo de conteúdo amplifica as preocupações, e embora algumas legislações, como o Marco Civil e a Lei Geral de Proteção de Dados, sejam importantes para a proteção online, ainda não existe uma abordagem ampla para tratar do fenômeno do deepfake.
Com o avanço da tecnologia de inteligência artificial e o seu desenvolvimento contínuo, a mídia sintética e o deepfake estão moldando a forma como nos comunicamos e consumimos informações. As implicações éticas, legais e sociais dessa tecnologia são complexas e requerem atenção e regulamentação adequadas. Enquanto as possibilidades criativas oferecidas pelo deepfake são exploradas, é importante considerar os desafios da autenticidade e da veracidade das informações. À medida que avançamos na era da AI, é fundamental encontrar um equilíbrio entre a inovação tecnológica e a responsabilidade ética, procurando sempre garantir a segurança e pensar em algumas mitigações de riscos que acompanham estas novas tecnologias, por meio da educação e informação dos usuários.
Fontes:
https://exame.com/bussola/implicacoes-dos-usos-da-deepfake-para-a-sociedade/
https://www.oracle.com/br/artificial-intelligence/machine-learning/what-is-deep-learning/
https://www.alura.com.br/artigos/deep-learning-deep-fake
https://www.thinkwithgoogle.com/
https://www.wgsn.com/pt
https://www.instagram.com/origiful/?hl=pt